sexta-feira, 24 de junho de 2011

A Ética segundo Paulo Freire

Algumas reflexões sobre a ética, por Paulo Freire:


“...falsear a verdade, iludir o incauto, golpear o fraco e indefeso, soterrar o sonho e a utopia, prometer sabendo que não cumprirá a promessa, testemunhar mentirosamente, falar mal dos outros pelo gosto de falar mal. A ética de que falo é a que se sabe traída e negada nos comportamentos grosseiramente imorais como na perversão hipócrita da pureza em puritanismo. A ética de que falo é a que se sabe afrontada na manifestação discriminatória de raça, de gênero, de classe. É esta ética inseparável da prática educativa, não importa se trabalhamos com crianças, jovens ou com adultos, que devemos lutar.” (p.17).

“Se sou puro produto da determinação genética ou cultural ou de classe, sou irresponsável pelo que falo no mover-me no mundo e se careço de responsabilidade não posso falar de ética. Isso não significar negar os condicionamentos genéticos, culturais, sociais a que estamos submetidos. Significa reconhecer que somos seres condicionados mas não determinados. Reconhecer que a História é tempo de possibilidade e não de determinismo, que o futuro, permita-se-me reiterar, é problemático e não inexorável.” (.21).



Paulo Freire, Pedagogia do oprimido – Saberes necessários à prática educativo, 13ª edição, São Paulo, Paz e Terra, 1996 [Coleção Leitura]


Nenhum comentário:

Postar um comentário