terça-feira, 26 de julho de 2011

Introdução ao Eclesiastes


Luciano R. Peterlevitz



INTRODUÇÃO

Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Cântico dos Cânticos são denominados de livros poéticos. Entretanto, dentre os poéticos do Antigo Testamento, Eclesiastes é bastante singular. Não encontramos nesse livro a paixão e dramaticidade de Jó; a súplica e o louvor, muito comuns nos Salmos, estão totalmente ausentes em Eclesiastes. A doutrina proverbial de Provérbios, representante da antiga sapiencialidade israelita, não faz parte do propósito do autor do livro. A ternura e o amor de Cântico dos Cânticos estão longe de atrair o escritor de Eclesiastes. Na verdade, na contemplação da fugacidade da vida, o livro assume tons bastante pessimistas.

Por meio de suas afirmativas um tanto céticas, e às vezes até contraditórias, o Eclesiastes propõe uma nova maneira de entender o significado da vida. Isso é muito significativo para a nossa contemporaneidade, que frustradamente busca pelo propósito da vida. Ed René Kivitz comenta, em um de seus livros, que em frente ao cemitério do Araçá, em São Paulo, alguém pichou: “Olhe ao redor. Estranho, né?”. Aquele grafiteiro não se referia à quietude do lado de dentro do muro, mas à turbulência e à agitação ao lado de fora. Queria respostas sobre o que todo mundo faz. As questões, para aquele grafiteiro, eram: Por que esta correria? Por que estamos vivos? Certamente o autor de Eclesiastes tem muito a dizer sobre essas questões. Pois o livro procura pelo sentido último da existência humana.


Leia o texto completo.



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