terça-feira, 14 de dezembro de 2010

MARIA, MÃE DE JESUS


Pr Luciano R. Peterlevitz – Missão Batista Vida Nova, 12/12/2010

Lc 1.46-55:

46 Então, disse Maria:

A minha alma engrandece ao Senhor,

47 e o meu espírito se alegrou em Deus, meu Salvador,

48 porque contemplou na humildade da sua serva.

Pois, desde agora, todas as gerações me considerarão bem-aventurada,

49 porque o Poderoso me fez grandes coisas.

Santo é o seu nome.

50 A sua misericórdia vai de geração em geração

sobre os que o temem.

51 Agiu com o seu braço valorosamente;

dispersou os que, no coração, alimentavam pensamentos soberbos.

52 Derribou do seu trono os poderosos

e exaltou os humildes.

53 Encheu de bens os famintos

e despediu vazios os ricos.

54 Amparou a Israel, seu servo,

a fim de lembrar-se da sua misericórdia

55 a favor de Abraão e de sua descendência, para sempre,

como prometera aos nossos pais.

Introdução

Não há dúvida de que Maria é uma das grandes personagens da Bíblia. Não podemos desmerecê-la. Mas existem vários mitos sobre ela. Um deles afirma que ela permaneceu virgem. Entretanto, a Escritura afirma: “Mas não a conheceu na intimidade enquanto ela não deu à luz um filho...” – Mt 1.25. Maria permaneceu virgem “enquanto” ela não deu à luz Jesus. Após o nascimento de Jesus, Maria relacionou-se com seu marido José, e teve outros filhos. Jesus teve vários irmãos: Mr 3.31.

Aqui em Lucas 1.46-55, lemos um cântico de Maria. Ela celebra o Senhor, por causa de sua gravidez, em especial porque ela daria à luz um menino especial, que seria o Salvador da humanidade (Lc 1.39-45). Aprendamos algumas lições de Maria, a mãe de Jesus.

1. Maria adorou a Deus como Poderoso: v.46, 49

Maria não foi mãe de Deus.

Maria engrandece ao Senhor, porque o Senhor decidiu usá-la como instrumento de salvação para a humanidade. Jesus teve duas naturezas: divina e humana. Portanto, a Bíblia diz que Maria foi mãe do Jesus, enquanto homem. Jamais diz que ela foi mãe de Deus.

Lucas 1.46-55 é um cântico de Maria. Trata-se de um gesto de adoração. Ora, como alguém pode adorar a Deus, e ao mesmo tempo ser “mãe” de Deus?

Na verdade, não foi ela quem fez algo por Deus. Foi o “Poderoso” quem fez grandes coisas para ela (v.49).

Então, o foco do natal é o Deus Poderoso. É o Emanuel, o Deus conosco. É a Ele que os magos do Oriente adoram. A centralidade da mensagem do natal não está nos anjos que anunciam o nascimento de Jesus, nem em Maria, mas em Jesus.

Portanto, o que restava a Maria? A adoração. O natal é um momento de adoração. Passar o natal sem adorar Cristo é como ir a um aniversário e não homenagear o aniversariante.


2. Maria adorou a Deus como Salvador: v.47

Maria era instrumento de salvação. O Salvador nasceu através do seu ventre. Mas a salvação não vinha dela. Ela mesma reconheceu que precisava de um Salvador: v.47. Então, o Salvador que nasceu por ela veio para salvá-la também.

Maria não era imaculada. Necessitava de salvação. Foi por isso que ela exaltou a “misericórdia” do Senhor: v.50, 54. Por isso, é um equivoco achar que Maria é “cheia de graça”, no sentido de que ela confere graça. De fato as Escrituras afirmam que ela é “agraciada” (Lc 1.28), cheia de graça. Ela é cheia de graça porque encontrou graça diante de Deus: Lc 1.30. A graça não vem dela, mas vem de Deus para ela.

Cristo recebeu o nome de “Jesus” (o Senhor salva) exatamente porque veio para salvar o seu povo de seus pecados: Mt 1.21. Jesus nasceu para morrer. Não somos salvos pelos seus ensinos ou pelo seu exemplo de vida. Somos salvos através de sua morte e ressurreição. Jesus nasce numa manjedoura para morrer numa cruz. Ele viveu à sombra da cruz. Ele morreu em nosso lugar. É o nosso substituto. A ira de Deus caiu sobre Ele, para que não caísse sobre nós. Seu corpo foi moído na cruz, a fim de que recebêssemos o perdão dos pecados e o dom da vida eterna. Por isso Ele é o Salvador, inclusive o Salvador de Maria. É o nosso Salvador.


3. Maria adorou a Deus como Aquele que exalta os humildes: v.48, 51, 52, 53.

Maria afirma que Deus se atentou à sua condição humilde: v.48. Ela reconhece que Deus humilha os arrogantes e derruba os poderosos dos tronos: v.51, 52. O Senhor mata a fome dos famintos: v.53.

O nascimento do Filho de Deus numa humilde manjedoura é um golpe mortal contra a arrogância do ser humano. O Rei dos reis merecia nascer num palácio, mas nasceu num estábulo de animais. O Criador do Universo não nasceu num berço de ouro, mas num cocho coberto de palhas.

Jesus nasceu numa manjedoura e morreu numa cruz, para mostrar que Ele, apesar de ser o Criador do Universo, sempre está disposto a ir ao lugar mais humilhante para buscar os humilhados e desprezados. Os pobres e humildes sempre encontrarão refúgio nos braços de Deus.

Saiba: por mais humilhante que seja sua situação, ninguém foi mais humilhado do que Cristo. E agora a promessa que o Senhor faz para a sua vida é essa: Humilhai-vos diante do Senhor, e ele vos exaltará (Tg 4.10).


4. Maria adorou a Deus como Aquele que cumpre as suas promessas: v.54, 55, 56.

Jesus é o Salvador, “que é Cristo, o Senhor” (Lc 2.11). “Cristo” significa Ungido, Messias. Jesus é o Messias prometido no Antigo Testamento. Jesus nasceu no momento certo da história. Sua vinda foi minuciosamente planejada por Deus. As profecias do Antigo Testamento já apontavam sua vinda. E, na plenitude do tempo, Ele nasceu.

Assim, Deus cumpre a sua Palavra. A profecia do Antigo Testamento afirmava que o Messias haveria de nascer em Belém, na Judéia (Mq 5.2). Entretanto, a jovem Maria, que estava grávida de Jesus, não morava em Belém, mas em Nazaré, na Galiléia. Como o Salvador nasceria na Judéia? Mas Deus moveu a história para cumprir seus desígnios. Exatamente no tempo em que Maria estava para dar à luz, César Augusto promulgou um recenseamento, ordenando todos habitantes do império romano irem se alistar, cada qual em sua terra natal. José era de Belém. Assim precisou subir às montanhas de Belém da Judéia, onde Maria deu à luz. Deus cumpriu a profecia de Miquéias!

A Palavra de Deus não pode falhar. A profecia deveria se cumprir. Deus conduz a história para cumprir seu desígnio. Por isso podemos descansar. Porque nada foge ao controle do Senhor.


Conclusão

Maria adorou a Deus como Poderoso. Maria adorou a Deus como Salvador. Ela adorou a Deus como Aquele que exalta os humildes. Ela adorou a Deus como Aquele que move a história para cumprir as suas promessas.

Neste natal, Deus espera de nós um gesto de adoração. Uma adoração que celebre os grandes feitos do Senhor. Uma adoração que centralize Jesus como Senhor e Salvador. Uma adoração através da qual nos humilhamos diante do Senhor, quebrantando nosso coração diante Dele. Uma adoração que possibilite nosso coração descansar no Deus que controla a história para cumprir as suas promessas.

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