domingo, 14 de novembro de 2010

A DOR E A ESPERANÇA DE DAVI

Pr Luciano R. Peterlevitz – Missão Batista Vida Nova, 15/08/2010

Leia o Salmo 3.


Introdução

Brennan Manning começa seu livro Confiança cega narrando um conselho que ouviu:
“Você não precisa de mais conhecimento sobre fé. Você já tem conhecimento para os próximos 300 anos. A coisa mais urgente em sua vida é confiar no que você já recebeu.”

Davi escreveu o salmo 3 quando fugia do seu filho Absalão. Sua situação era angustiante (veja 2Sm 15.30). Davi não precisava de mais conhecimento sobre Deus. Ele precisava confiar no Deus que conhecia.

Davi revela sua dor (v.1-2). Mas ele confia na provisão do Senhor (v.3-8).


1. A dor de Davi

Davi teve muitas alegrias. Muitas conquistas. Muitas vitórias. Mas teve também muitas decepções, inclusive com seus filhos.

A tristeza e a alegria moram numa mesma casa.

*As folhas na Nova Inglaterra. Há um fenômeno natural fantástico que ocorre na Nova Inglaterra, no nordeste dos EUA. No outono, há uma mudança das cores das folhas das árvores, denominada de foliage. Os pigmentos presentes nas folhas dessas árvores proporcionam um espetáculo de cores vermelha, vinho, escarlate, púrpura e roxa. Nas montanhas do Maine, Vermont e New Hampshire o auge do foliage é atingido já no fim de setembro, sendo que a neve começa a chegar já em novembro.

Essas árvores são tão belas, mas repentinamente são atingidas pela neve, e parecem mortas. Parece que a alegria se transforma em tristeza, rapidamente.

Assim também, muitas casas foram atingidas pela tristeza. A tristeza e a alegria estão muito próximas.

Os adversários de Davi cresciam (v.1). Mas Davi não é somente afrontado por seus inimigos. Seus amigos zombam dele: São muitos os que dizem de mim:Não há em Deus salvação para ele (v.2) Esses amigos não crêem na provisão de Deus. Seu filho, Absalão, queria matá-lo. Que dor maior pode haver, do que ser perseguido pelo próprio filho?

O que fazer quando as situações sufocam a nossa fé? O que fazer quando aqueles nos quais confiávamos perdem a fé, e zombam da nossa fé? Repentinamente parece que somos atingidos pela neve, e as folhas do nosso jardim desaparecem. Mas é aí que a esperança renasce.



2. A esperança de Davi

Apesar da dor, Davi ergueu um clamor ao Senhor. Na ocasião em que fugia do seu filho Absalão, ele fez uma oração: Com a minha voz clamo ao Senhor, e ele do seu santo monte me responde (v.4). A esperança de Davi continuava viva.

Davi acreditava que o Senhor ergueria novamente sua cabeça, ou seja, restabeleceria sua honra perante os homens: Mas tu, Senhor, és o escudo ao meu redor, a minha glória, aquele que levanta a minha cabeça (v.3 – Almeida Século XXI).

Voltemos àquelas árvores da Nova Inglaterra, que aparentam estar mortas. Findando o inverno, as folhas renascem. A beleza volta. Tais árvores, que parecem mortas, na verdade estão vivas. O inverno é um período passageiro. Logo as folhas delas brotarão novamente. E a esperança renasce.

O próprio Davi disse que as lágrimas podem durar uma noite, mas a alegria vem logo pela manhã: Sl 30.5: Ao anoitecer, pode vir o choro, mas a alegria vem pela manhã.

Davi estava cercado de inimigos. Mas, o mais importante é que ele estava cercado da glória do Senhor. Por isso, ele podia dormir tranquilamente: Deito-me e pego no sono; acordo, porque o Senhor me sustenta (v.5). Davi nos ensina que é possível descansarmos no poder de Deus.

“O homem moderno se tornou um especialista em fazer velórios antes do tempo. Os problemas ainda não ocorreram, mas ele já chora no funeral. Quantas vezes você sofre ou se perturba vivendo pensamentos por antecipação?” (Augusto Cury).

“Quantas vezes você gasta tempo lamentando o que já perdeu e não usa sua energia para conquistar aquilo que está à sua frente?” (Augusto Cury).

Quando o inverno chega, é hora de esperar a primavera. É hora de investir todas as nossas forças, clamando ao Deus do impossível. Mas infelizmente, geralmente gastamos nossas energias com preocupações vãs.

Os psicólogos afirmam que existe uma diferença entre medo e ansiedade. O medo é uma reação diante de um objeto real, ameaçador. Mas a ansiedade é uma preocupação diante de um objeto que não existe. É interessante o modo como usamos as palavras “medo” e “ansiedade”. Dizemos ‘eu tenho medo de’, mas não faz sentido afirmar ‘tenho ansiedade de’. Para nos referirmos à ansiedade, dizemos o contrário: ‘sinto ansiedade, ‘estou sentindo ansiedade’. Na ansiedade, o problema não está na ameaça, pois, afinal, ela nem existe. O problema está em nós.

Para Davi, não havia o que temer. Deus era seu aliado. Então, não importava quão poderoso eram os seus inimigos. Eles seriam submetidos ao poder de Deus: v.6-7.


Conclusão

O salmo 3 é uma oração de Davi. Nela, ele revela sua dor (v.1-2). Mas afirma que o Senhor é o seu escudo, por isso pode descansar (v.3-5). O Senhor alia-se àqueles que esperam por Ele (v.6-7). A salvação vem do Senhor (v.8).

Façamos do salmo 3 a nossa oração.

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