Mensagem pregada pelo Pr Luciano R. Peterlevitz, na Primeira Igreja Batista de Nova Odessa, em 11.08.2013 (Dia dos
Pais)
Texto bíblico: Colossenses 3.12-17
Introdução
O Apóstolo Paulo, em Cl 3.12-17,
orienta a igreja de Colossos sobre algumas virtudes que deveriam ser
evidenciadas no contexto do relacionamento dos crentes no Corpo de Cristo. O
cristão está unido a Jesus (3.1-4), e consequentemente sua velha natureza
morreu, e uma nova humanidade surge a partir da relação com Jesus (3.5-11).
As virtudes alistadas em 3.12-17 são
preciosas no contexto do corpo de Cristo, mas também podem ser aplicadas no
contexto familiar.
“Revesti-vos” (v.12). Uma nova
roupagem. Trata-se da nova criatura em Cristo (3.5-11). Precisamos vestir uma
roupa para ir à igreja. Mais importante: precisamos vestir a roupagem de Cristo
para entrarmos em nossa casa. A nova natureza regenerada pelo Espírito Santo
precisa ser evidenciada em nossas relações familiares.
Qual é a ‘roupa’
apropriada para vestir em casa? O próprio Cristo!
Isso me faz lembrar a história do
filho de diácono que pediu à igreja para sua família morar na igreja, pois seu
pai tratava-o amorosamente só na igreja. Na igreja, era um bom pai. Em casa, um
pai desamoroso. Para ir à igreja, vestia uma roupa. Mas em casa usava outras
roupas.
A questão a ser destacada é: Como
proceder em nossas casas? Que roupagem nós precisamos vestir em casa?
O perdão
de Cristo: v.13
O perdão no contexto da igreja.
“Suportai-vos uns aos outros”. Paulo não diria isso se no contexto da
comunidade cristã não existissem pessoas insuportáveis. Pessoas raivosas,
cheias de espinhos. Mas elas precisam ser suportadas e perdoadas, no amor de Cristo.
Isso também se aplica para as
relações familiares em casa. Pois quanto mais íntima a relação, mais difícil o
perdão. O perdão no contexto das relações familiares é muito mais difícil.
O perdão divino é o padrão para o perdão humano. Porque o
perdão divino concede-nos o bem quando merecíamos o mal, e agora exige de nós
que retransmitamos o bem imerecido àqueles que não merecem o nosso bem.
O perdão de Deus para conosco é muito difícil. Exige
derramamento de sangue: Hb 9,22. E nós, sem derramamento de sangue, estamos
dispostos a perdoar?
Sim, o perdão é difícil. Se é difícil para você, foi mais
difícil para Deus, pois, para nos perdoar, Ele entregou seu Único Filho para
morrer em nosso lugar. O preço que Deus pagou foi muito maior do que o preço que
você tem de pagar para perdoar alguém. Por isso, perdoe, incondicionalmente,
com o auxílio da graça de Deus.
Também é preciso considerar a diferença entre perdão e
desculpa. Israel Belo de Azevedo: Desculpar-se
é pedir a alguém que lhe tire a culpa...Acho fraco o verbo desculpar;
prefiro o perdão: "Perdoe-me pelo mal que meu erro lhe causou". É
frase para poucos, só mesmo para os bem-aventurados.
Desculpas são desculpas. Exemplos: desculpe, se errei; desculpe, foi sem querer;
desculpe, mas qualquer um no meu lugar faria isso; desculpe, mas você sabe que
sou assim. Isso é desculpa; não é perdão.
Que haja perdão em nossas casas.
O amor de Cristo: v.14
“acima de tudo isto”. Segundo alguns comentaristas, “por
cima de todas as demais roupas” a serem vestidas (v.12). O amor é a roupa
principal.
O amor é o vínculo da perfeição. É o amor que mantém os
cristãos em perfeita comunhão. Do mesmo modo, no lar, é o amor que produz união
perfeita. Qual é a casa perfeita? Não é aquela onde não existem crises. Mas é
aquela que, diante das crises e dos conflitos, o amor de Cristo é demonstrado,
dentro da casa, no trato de uns para com os outros.
A paz de Cristo: v.15
Fomos chamados à paz de Cristo, pois fomos unidos em único
corpo pelo sangue de Jesus (Ef 2.13-13).
A paz de Cristo deve ser o árbitro em nosso coração. No
campo de futebol, o árbitro é aquele que dá a última palavra. Em nossas casas,
quem dá a última palavra? O egoísmo? O rancor? Ou é a paz de Cristo?
A palavra de Cristo: v.16-17
A palavra de Cristo é a mensagem do evangelho pregada por
Paulo (Cl 1.5; 4.3), que deveria ser transmitida não somente pela pregação do
apóstolo, mas pela instrução mútua entre os crentes de Colosso.
Ah, se essa instrução mútua existisse em nossas casas! As
famílias não somente precisam ouvir a palavra de Cristo. As famílias precisam
ser habitadas pela palavra de Cristo.
Que nossas ações e palavras sejam feitas em nome do Senhor:
v.17. Isso significa que tudo o que o cristão faz ou fala está debaixo da
autoridade de Cristo. Então, que Cristo seja a autoridade máxima em nossos
lares.
Perigo: inúmeros pais falam mal da igreja da frente dos
filhos. Desde modo, desde pequenos os filhos constroem uma visão negativa da
igreja, vendo-a como um lugar chato e inadequado. E quando eles crescem, o
último lugar que querem ir é a igreja.
Veja Cl 4.6. Que nossas palavras sejam como sal, e que essas
palavras temperem nossa casa tornando-a um ambiente agradável.
Conclusão
1) Sirva
ao Senhor em casa para que a sua casa sirva ao Senhor. Pai: se você quer que
seu filho sirva ao Senhor, mostre a ele o amor de pai da mesma forma como o Pai
celestial ama seus filhos.
2)
Faça
de sua casa a igreja. Que sua casa seja a igreja. O grande desafio não é levar
as famílias para a igreja. É fazer das famílias a própria igreja.
3) A
verdadeira espiritualidade se comprova em casa. Pois é lá que, verdadeiramente,
somos o que somos. A questão não é se somos cristãos. A questão é se somos
cristãos em casa. A questão é se a roupagem
que vestimos na igreja (perdão, amor, paz, palavra de Cristo) também é vestida
em casa.
Hoje é o dia dos
pais. Dia de confraternização. Mas que, neste dia, como pais e como filhos, nós
possamos ser revestidos com as roupas do caráter de Cristo. São roupas para usar
em casa.